A louca

Á noite chega e a louca fica feliz,
dança com a lua e conta as estrelas.
Brinca com o vento e grita desvairada,
uma canção entoa e já é madrugada,
e a louca ainda esta louca e acordada,
fazendo de conta que é amada ela rodopia,
levanta os brancos, assovia e continua...
Louca!Imaginando estar acompanhada.
O dia amanhece e a louca se entristece,
pois, ela gosta é da noite, adora o luar...
Porém, mesmo triste a louca continua...
Correndo pela casa de vestido longo e
toda maquiada, descabelada feito uma louca.
De repente a chuva cai e a louca sai apressada,
corre na chuva e logo fica toda molhada...
Chama por alguém, canta outra canção e
rasga o seu vestido bem em cima do coração.
E quando começa a sentir frio, ela senta no chão,
com ela, somente ela e a dona solidão...
E a louca fica ali, horas e horas naquele chão,
não se mexe e nem diz nada, até que a chuva
passa e o sol chega, quente e ardido e acorda a louca,
seca o seu vestido e ela levanta e sai andando,
sem rumo, sem sorte na vida, sem um amor e
sem lucidez, entra na sua casa e dorme ali jogada,
louca, desvairada esperando pela noite.